Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2007

Eça modernizou a Literatura Portuguesa

 

A escrita de Eça de Queirós modernizou a Literatura Portuguesa.

 

Dono de uma língua feroz e um humor cáustico escreveu romances substanciais como “Os Maias” e “O Crime do Padre Amaro”. Foi um observador atento da sociedade do século XIX e, com a força das palavras, lutou contra a entorpecimento nacional. Viveu durante anos fora do País, o que lhe aprimorou a inabalável lucidez. Morreu em Paris. A sua obra está traduzida numa vintena de línguas. Eça de Queirós foi um génio da literatura, ao nível “de um Charles Dickens ou de um Émile Zola”, diz o professor universitário José Miguel Sardica.

Eça de Queirós era - ainda é - um antídoto contra o tédio. No meio de tanta literatura soturna do seu tempo, a sua escrita era um refresco. Os textos de Eça criaram o português moderno. É importante para o entendimento da sociedade, hábitos e costumes do século XIX.    

Acutilante nas críticas à sociedade e certeiro na descrição do pântano em que Portugal vivia na altura, Eça de Queirós foi um dos maiores pensadores do seu tempo. Cáustico, desencantava os mais ácidos argumentos para descrever a sociedade do seu tempo.

Foi um escritor realista, mas também um revolucionário e anarquista. Considerava que a literatura era uma forma de intervenção. A médica Isabel do Carmo lembra que o autor tinha “um carácter social e político muitas vezes esquecido”.

Segundo o historiador José Hermano Saraiva, Eça de Queirós “foi criado na amargura de nunca ter tido uma família”.

Com 16 anos partiu para Coimbra para cursar direito. No meio do ambiente boémio, que sempre caracterizou a cidade do Mondego, onde ele estudava, fez amizade com Antero de Quental e outros jovens intelectuais. Foi o início da Geração de 70, grupo que se afirmou pelo desejo de intervenção e renovação da vida política e cultural portuguesa.

Eça fez o primeiro contacto com a literatura através do teatro. Participou, como actor, no Teatro Académico da Universidade de Coimbra. Os seus primeiros escritos datam dessa época. Trata-se de crónicas jornalísticas que foram publicadas como folhetim na revista “Gazeta de Portugal”.

O nome de Eça de Queirós ganhava notoriedade no ramo da literatura.

Em 1869 viajou ao Egipto, onde assistiu à inauguração do Canal do Suez. Esta viagem inspiraria algumas das suas obras, como o “Mistério da Estrada de Sintra” e “A Relíquia”. No regresso a Lisboa, publicou as crónicas da viagem no “Diário de Notícias”. Foi enviado para Leiria como administrador municipal. Esta colocação permitiu-lhe observar uma realidade que deu origem a “O Crime do Padre Amaro”, primeiro romance realista português. Um retrato humano e social do País, fruto “da capacidade de Eça para desmontar as convenções morais”, explica José Miguel Sardica.

 
 

Iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação periódica de “As Farpas”, que, para José Miguel Sardica, “é só o melhor jornalismo alguma vez escrito em Portugal”. Queirós nunca se deixou acomodar na rotina traiçoeira. Aparentemente, passou os anos mais produtivos de sua vida em Inglaterra. Foi lá que escreveu alguns dos seus trabalhos mais importantes, incluindo “A Tragédia da Rua das Flores” e “Os Maias”.

 

Eça de Queirós passou muitos anos no estrangeiro, o que nunca o impediu de escrever romances que, para Francisco Sarsfield Cabral, director de informação da Rádio Renascença, “são retratos da sociedade ainda hoje actuais”. A distância tornou possível a reflexão lúcida que Eça fez sobre Portugal.

 

Eça de Queirós acabou por adoecer e partiu, a conselho de especialistas, de Paris para a para a Riviera franc

esa, e depois para os Alpes suíços. Tinha esperança que novos ares lhe fizessem bem. Faleceu em 16 de Agosto de 1900, na sua casa na capital francesa.

 

Eça de Queirós foi um espantoso escritor que apanhou, como ninguém, o carácter de uma nação. Apreendeu a nossa maneira de ser e criticou-nos com palavras tão belas que faziam esquecer a ironia e crueldade. Foi, também por isto, uma fera indomável do seu tempo. O nome de Eça de Queirós tornou-se num adjectivo. Haver um adjectivo – queirosiano – prova toda a sua importância.

 

 

Acedido em: 21 Fevereiro, 2007. RTP: http://www.rtp.pt/gdesport/?article=59&visual=3&topic=1

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Rakumis


Feeling: Complexados...

Rakumis às 09:10
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